segunda-feira, 8 de março de 2010

POEMA DA MULHER


Na janela aberta do teu peito
poisam os pássaros com fulgor
Em rubros lençóis de cama
a saudade pegou fogo à dor
essa que vive no leito
de quem sofre e ama

Vestiste-te de orvalho fino
cumprimentaste o dia-flor
No teu ventre de Mel puro
zumbiam as abelhas sem tino
à procura da memória do amor

Nomeaste as coisas para futuro
Terra, ar, fogo e água...
E do outro lado deste mundo
a saudade deixou de ser mágoa
a tem-te agora em meu peito fundo

Encontrei-te num canteiro
quando a tarde madura tombou
fui apicultor e jardineiro
de um beijo que alguém roubou

Créditos de José Torres

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