segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Soneto... de Camões
Soneto
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousada lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luís de Camões
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário