terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ocupações e missões dos Espíritos


Os Espíritos desencarnados também exercem ocupações em benefício da Humanidade?








Como acontece todos os anos, a imprensa divulgou, no mês de outubro de 2009, o nome dos ganhadores dos prêmios Nobel de Física, Química, Medicina, Literatura e Paz (diplomacia), sendo que este último recaiu na pessoa de Barack Obama, atual presidente dos Estados Unidos da América. Segundo o comitê organizador do certame, Obama teria sido escolhido por “dar ao mundo a esperança de um futuro melhor”.
O Prêmio Nobel foi instituído pelo químico, industrial e inventor da dinamite, o sueco Alfred Nobel (1833-1896), que deixou grande soma em dinheiro, com o objetivo de criar-se uma fundação, à qual cabe recompensar, anualmente, pessoas que se destaquem em suas especialidades, como forma de estimular o progresso da Humanidade.
Outros encarnados conhecidos, muito embora não tenham sido laureados com estas ou outras distinções terrenas, têm dado contribuição inestimável ao progresso da Humanidade.
O exemplo apresentado ilustra algumas das centenas de missões exercidas pelo homem na Terra. Quanto às demais pessoas, muitas vezes anônimas, entre as quais nos encontramos: até que ponto podemos contribuir para tornar nosso mundo melhor? E os Espíritos desencarnados também exercem ocupações em benefício da  umanidade?
No capítulo X do Livro Segundo, de O Livro dos Espíritos, questões 558 a 584a, encontramos um dos mais belos ensinamentos dos benfeitores espirituais: “Ocupações e Missões dos Espíritos”.
Tendo sido criados simples e ignorantes, nós, os Espíritos – encarnados ou desencarnados –, sujeitamo- nos, para evoluir, sem exceção, à vida em sociedade, e necessitamos de múltiplas experiências e do trabalho, devendo, nas sucessivas encarnações, habitar em toda parte e adquirir todo o conhecimento possível das coisas.
Para tanto, Deus nos concede ocupações e recursos que variam ao infinito, conforme as condições e necessidades individuais. Deus é justo.Todos têm que estagiar nas diferentes escalas para se aperfeiçoar. Ninguém progride sem esforço: As missões dos Espíritos têm sempre por objetivo o bem.
Seja como Espíritos, seja como homens, são incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de idéias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, de preparar os caminhos para certos acontecimentos e velar pela execução de determinadas coisas. Alguns  desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se fizeram guias e protetores e dirigi-los, pelos conselhos que lhes dão ou pelos bons pensamentos que inspiram.
Pode- se dizer que há tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, quer no mundo físico, quer no mundo moral. O Espírito se adianta segundo a maneira pela qual desempenha a sua tarefa.  
Especificamente quanto aos desencarnados, cada um deles é incumbido de realizar missões de acordo com seu mérito, capacidade e elevação. Há missões mais simples, também conhecidas como tarefas, e outras de maior complexidade, que têm por finalidade amparar e educar outros Espíritos situados nas escalas inferiores do aprendizado.
Todos os trabalhos realizados são importantes, desde os mais humildes até os mais elevados. O conjunto deles concorre para a harmonia e o equilíbrio da Humanidade dos planos visível e invisível. Além da missão especial de Jesus, Governador espiritual do Planeta, temos, por exemplo, sob os auspícios do Espírito Ismael, missão coletiva de grande responsabilidade: conduzir o Brasil em sua vocação de “Pátria do Evangelho”, conforme planos detalhados no livro ditado pelo Espírito Humberto de Campos.
O que consideramos sublime em nosso mundo não passa de infantilidade, em comparação ao que há de perfeito e belo em globos mais adiantados, atividades e produções desconhecidas do homem na Terra. Por isso, não se pode dizer que os Espíritos superiores admirem as obras humanas,muito distantes ainda da arte e da beleza cultivadas nos mundos depurados. Nem por isso, entretanto, eles deixam de se interessar pelas atividades terrenas, sejam elas quais forem, desde que isso constitua uma oportunidade de nos auxiliarem, almas que nos elevamos para Deus.
Existem Espíritos que se conservam ociosos, que vivem para si mesmos, como acontece com muitos homens na Terra, entretanto, esse estado é temporário, dependendo do desenvolvimento de suas inteligências e de sua elevação moral. Chegará a hora em que essa ociosidade lhes causará grande desconforto e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes despertará na consciência. Chegados às ordens mais elevadas, os Espíritos não permanecem inativos, o que lhes seria um suplício.
Vivem pelo pensamento, por meio do qual plasmam, com o auxílio da vontade, o mundo à sua volta. Por isso se diz que continuam ativos, pois incessantes são suas atividades, que muito se diferenciam das ocupações materiais dos homens. Sentem-se ditosos por trabalhar, conscientes de que são úteis aos seus semelhantes, contribuindo para o crescimento destes. A natureza de suas ocupações é “receber diretamente as ordens de Deus, transmiti-las ao Universo inteiro e velar por sua execução”. 


Revista Reformador janeiro de 2010. 
Christiano Torchi









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