Tudo nele se revela
É ele, o elo que permite a transposição de nossa epiderme longínqua
É ele o culpado
Se existe inocência, pertence a mim!
Sou a vítima ingênua dessa flecha que me acerta à bala
Minhas estruturas estremecem
Minha voz desaparece
Seu olhar me desborda
Pinta meu contorno e arrepia meus continentes
É ele função de meu lado admirador
A dor de tantos mirares
Que se lançam de volta em minha direção
Vem ao meu lado
Latejando sem nunca me esbarrar
Faz que não me vê e nada faz
Vem como um raio...
e à palmos de minha narina, nervosa e dilatada,
encontra a curva de uma nova esquina
Fugidio novamente...
sai pelas beiradas, observante de visão tangenciada
Que feixe é esse?
vem raiando e nunca se põe nas minhas cercanias!
Que encruzilhada é essa! nunca termina?
Que olhar é esse? indica e confunde as direções!
Quero saber quem lhe ensinou tantos desvios?
Quero aprender a percorrer seu mapa!
Quero desfixar meu olhar! Quero vê-lo farolar as direções que ousam me focalizar
Quero a luminosidade de sua visão me observando, me espreitando e registrando cada
espiada na linha que nos horizontaliza
Num piscar de olhos
quero piscar nossos olhos e poder sentir a suavidade de nossa esgrima de cílios
Quero habitar um novo mundo onde possa enxergar além de seus dois globos de
hemisférios distantes
quero englobar a fina camada de seu silêncio sutil
e assim formar nova retina
que me descobrirá projetada em seu interior.
Autor Desconhecido
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