Pai,
Toma minhas mãos, que são parte da obra que Tu assinaste: eu mesmo.
Olha as linhas que são os traços do meu destino e reforma-as na medida do meu merecimento.
Olha minhas digitais que indicam não haver ninguém igual a mim, o que prova a Tua originalidade...
...examina-as e julga os crimes que porventura eu tenha cometido.
Pai,
Vê nas minhas mãos o histórico das minhas doações e até que ponto elas foram válidas.
Vê também o histórico de tudo o que recebi e julga se sou suficientemente grato.
Pai,
Nas minhas mãos estão as marcas dos serviços prestados... vê se trabalhei e tenho trabalhado da forma que Tu aprovas.
Vê quantos foram os toques de afeto e de agressão e apresenta-me o saldo.
Julga as palavras escritas em meu diário de alegrias e de aflições.
Pai,
Vê os apertos de mãos que já dei, os acenos de adeus e os sinais de sim e de não.
Estão sob Teu juízo minha honestidade e minhas dores.
Pai,
Toma minhas mãos...
Sente como se através delas o meu coração falasse.
Diz se posso olhar-Te nos olhos ou com elas esconder a minha face.
Homenagem à Luiz Gabriel, meu Pai.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
SAUDADES DO MEU PAI 17 DE JULHO 1997
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