quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não te quero, senão porque te quero...


LXVI



Não te quero, senão porque te quero

E de querer-te a não querer-te chego

E de esperar-te quando não te espero

Passa meu coração do frio ao fogo.



TE quero sé porque a ti te quero

Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,

E a medida de meu amor viageiro

É não ver-te e amar-te como um cego.



Talvez consumira a luz de janeiro

Seu raio cruel,meu coração inteiro,

Roubando-me a chave do sossego.



Nesta história só eu morro

E morrerei de amor porque te quero

Porque te quero , amor a sangue e fogo.



Pablo Neruda

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