quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quem ama inventa



Quem ama inventa as coisas a que ama...

Talvez chegaste quando eu te sonhava.

Então de súbito acendeu-se a chama!

Era a brasa dormida que acordava...

E era um revôo sobre a ruinaria,

No ar atônito bimbalhavam sinos,

Tangidos por uns anjos peregrinos

Cujo dom é fazer ressureições...

Um ritmo divino? Oh! Simplesmente

O palpitar de nossos corações

Batendo juntos e festivamente,

Ou sozinhos, num ritmo tristonho...

Ó meu pobre, meu grande amor distante,

Nem sabes tu o bem que faz à gente

Haver sonhado...e ter vivido o sonho!



Mario Quintana

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